Querido colega,
Escrevo de Anápolis, Faculdade Católica, onde
coordeno a pós em Filosofia Clínica. Durante a tarde inteira tenho
consultas. Venho de uma palestra para cerca de 150 oficiais e
soldados do BPM de Sumaré, interior de São Paulo. Sempre que eu falo
em interior, você pode imaginar ônibus e muitas estradas, não
trechos em aviões.
Hoje eu escreveria sobre Inverness, mas a
forte afetação dos mercados e das bolsas, o recente episódio dos
incêndios em Londres, tudo isso vem antes.
Bem, não imagine que uma crise em países
europeus tenha equivalente em nossas crises costumeiras. A diferença
começa pela maneira mais sóbria com que eles lidam com fenômenos
assim. Outro diferencial é que possuem forte baliza e lastros
existenciais que vão da cultura, da história, à formação educacional
e a uma economia mais horizontal. A economia européia, mesmo
instável, é usualmente mais serena que a nossa.
Mesmo com os últimos problemas, a Europa é
riquíssima, extremamente forte. Muitos países estão sólidos, como
Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Alemanha, Suíça, Holanda
etc... A Escócia vai bem, vai firme, em parte pela maneira serena
com que os escoceses encaram problemas da vida. É parte da tradição
local entender que os problemas são a menor parte. Mas pela maneira
como gostam de dialogar sobre isso, não é assim que parece logo de
início.
De qualquer modo, encontraremos uma Europa
séria, apreensiva. Mas a Escócia, como reza a lenda, não fica na
Europa. É um país entre as nuvens e as estrelas do firmamento.
Um abraço,
Lúcio
(14 de agosto de 2011) |
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