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Carta 15

 

 

   
Jornada de Estudos 2011 - Escócia - carta 14

Cartas de Lúcio Packter, semanais, que os colegas recebiam a cada segunda-feira.

                    

Querido colega,

Escrevo do aeroporto (para variar, né?). 

Pego em alguns minutos um vôo para Criciúma, onde nesta sexta-feira à noite faço a aula inicial com a nova turma de formação em Filosofia Clínica na Universidade do Extremo Sul Catarinense. Lembre que neste sábado, lá mesmo, tem o programa na Som Maior Premium FM, ao vivo, sobre suicídio. Pode ouvir em seu computador acessando a página da Filosofia Clínica às 20h00 com um bom tinto: WWW.filosofiaclinica.com.br  

Bem, depois de uma noite de queijos, vinhos, e excelente conversa no acolhedor hotel próximo a Guarulhos, no sábado, véspera de nossa viagem ( e sabendo que poderemos dormir domingo até tarde, pois o vôo é no princípio do anoitecer. Oba!), viajaremos direto para Londres e Edinburgh. 

Após a chegada ao hotel em Edinburgh, descansaremos, almoçaremos, e convidarei os colegas para uma caminhada pela cidade.  Se estiver chovendo, caminharemos também e iremos de ônibus. De qualquer modo, mantenha o romantismo em dia para combinar com a paisagem. Se tiver em casa um chapéu estilo Humphrey Bogart, por favor, leve. 

A Escócia não rima com pressa, rima com poesia. Portanto, estaremos sempre no horário independente do que aconteça.

Na Escócia, você perceberá enquanto estivermos caminhando, tudo que é novo parece ter um antigo, muito antigo traço. É peculiar um escocês ficar orgulhoso quando o lembramos disso. Leia a seguir algumas dicas importantes que escrevi aos colegas que foram à Grécia há dois anos. Seguem muito atuais para esta viagem à Escócia. Pode colar na porta da geladeira.

 “Deixar a carteira em cima da mesa, lembrar disso 30 segundos depois e retornar da porta da cantina para nunca mais encontrar a carteira é algo que pode acontecer em viagem. Perder o avião pode acontecer. Comer algo perfeitamente recomendável e ficar de molho dois dias tomando soro... pode acontecer. Emprestar 200 euros para o colega de quarto, que na viagem se tornou seu irmão, e, dados os vapores idílicos da jornada, achar que os terá de volta no Brasil, pode acontecer. Em meio a uma visita a um museu descobrir que todos já foram e então pegar um táxi para voltar apavorado para o hotel, isso pode acontecer. Brigar com o colega de quarto porque descobriu que ele é maçom, católico, judeu ou apenas colega de quarto que ronca ao som dos serrotes, pode acontecer.

 E a mala que foi parar em Bangladesh? E a água quente que foi faltar bem no seu quarto? E as cinco horas que o avião atrasou e o seu remédio ficou na mala? E a sua amiga que ia junto, mas desistiu em cima da hora... logo ela que foi quem convenceu você a viajar...

 Minha sugestão é a seguinte, marinheiro velho de viagens que sou: coração sossegado, mente em paz, alma aberta aos caminhos da vida. Em viagem é natural que os manuais fiquem apenas como lembrança vaga do tempo que foi perdido com eles. Quem não se dá bem com imprevisto talvez ficaria melhor vendo a viagem na televisão.

Os imprevistos costumam ser parte da viagem, e às vezes são eles a melhor parte.”

 *Por último, e muito importante: esta música em anexo de James Morrison é linda demais. Coloque-a na luz e no contexto mágico de Edinburgh, feche os olhos, e sonhe...

Um abraço,

Lúcio

(17 de junho de 2011)