Querido colega,
Falemos um pouco sobre o guia de terra.
O guia de terra é alguém que costuma se fazer
visível a partir da chegada do grupo ao ônibus, onde geralmente ele
é aquele ao lado do motorista. O guia de terra deve ser alguém
amistoso, educado, flexível, que entenda o comportamento esquisito
de boa parte do turista (um animal que às vezes troca de 50 para 25
anos quando se desloca de um país para outro). O guia de terra é um
auxiliar que deve estar em todos os locais ao mesmo tempo, precisa
saber tudo, entender de tudo, de unha encravada aos museus que
somente encontramos nos sites de busca na Internet. Assim, como você
pode ver, o guia de terra não existe.
O que existe é um profissional treinado, que
conhece especificidades sobre as localidades a se visitar.
Compreender isso é tornar a tarefa dele mais acessível a todos. Por
isso, o guia de terra não vai a pubs conosco, come separadamente com
o motorista, evita certas intimidades; é algo educado e parte do
trabalho dele. Ele lhe dará o email para você escrever para ele
depois da viagem, para mandar fotos do seu netinho de dois anos;
dificilmente ele lhe responderá. Como eu disse, é assim, mais ou
menos, que as coisas funcionam, salvo aquelas exceções bem raras.
Quais as recomendações básicas de um guia de
terra, aquele guia especializado no país e localidades a visitar?
São geralmente as mesmas: não devemos comer no ônibus, não é
conveniente pensar que está viajando sozinho, cuidar a pontualidade,
nunca fazer pedidos esdrúxulos como a palavra esdrúxulo (tipo,
podemos visitar um submarino de guerra?), cooperar etc.
Uma confusão freqüente é querer sentar na
cadeirinha ao lado do motorista do bus para tirar fotos. A
cadeirinha é para o guia de terra ir contando das localidades pelo
microfone. Outra confusão: ficar de pé com o ônibus em andamento. Na
Grã-Bretanha é multa certa.
A agência de viagem enviou uma carta ao nosso guia de
terra na Escócia explicando a natureza de nossa viagem, como
desejamos vivenciar o cartão postal que é aquele país. Ele estará
avisado sobre a poesia que nos move, o propósito de passear,
aprender, tudo com calma e paz. Nós também precisamos saber sobre
as coisas de lá, não é?
Um abraço,
Lúcio
(30 de maio de 2011) |
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