Querido colega,
Escrevo de Gramado, na serra do Rio Grande do
Sul. Estou em recolhimento para arrumar as simetrias e as
conformações internas conforme o que trabalharei com mais de 30
colegas que chegam de todas as partes do Brasil para a Semana de
Estudos 2011, evento que acontecerá de terça-feira até sábado na
capital gaúcha. Os termômetros apontam para temperaturas muito
baixas, certa de 2 ou 3 graus nos próximos dias.
Voltemos então a conversação para a Escócia.
Depois de Oban seguiremos para Fort William
que, diz a lenda, é o melhor lugar do mundo para se parar à noite
antes de Inverness. (Obs.: aqui em Gramado, na rua central, há uma
acolhedora loja de meias com o nome Inverness; a logomarca mostra um
escocês soprando sua gaita de fole.)
Fort
William fica a uns duzentos quilômetros de Edinburgh, ao largo de
Loch Linnhe,. Dali os andarilhos e viajantes alcançam Ben Nevis. Com
cerca de um quilometro e meio de altura é o ponto mais elevado da
Escócia, mas suas características fazem com que a altura pareça
muito maior.
Há trilhas que levam a Ben Nevis. Entre 10 e
12 horas é o tempo de caminhada para curtir os cerca de 15
quilômetros até o topo. Ainda que algo lindo, não faremos isso. A
vocação deste grupo que vai à Escócia não diz respeito a caminhadas
desta natureza, mas a caminhadas emocionais, épicas, de poesia, paz,
pubs, conversações e conhecimentos.
Fort
William é também o natural portal para Glen Nevis, o território
mágico das cachoeiras, córregos, prados.
Se
tudo for no tempo para ser assim, chegaremos ao final do dia a um
pub como Ben Nevis. A vista que este pub oferece já vale ir até ele.
Mesmo porque ele não abre todos os dias. Quem abre todos os dias é a
paisagem, a Escócia.
Um abraço,
Lúcio
(22 de julho de 2011) |
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