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		Explicação -  
			
		  
			
		
		Em "Grande sertão: veredas", 
		lemos: 
			
		  
			
		
		"E entendi que podia 
		escolher de largar ido meu sentimento: no rumo da tristeza ou da alegria 
		— longe, longe, até ao fim, como o sertão é grande…   
			
		  
			
		
		Arte que espiei arriba, levei os 
		olhos. Aquelas estrelas sem cair. As Três-Marias, o Carretão, o 
		Cruzeiro, o Rabo-de-Tatú, o Carreiro-de-São-Tiago. Aquilo me criou 
		desejos. Eu tinha de ficar acordado firme. Depois, daí, vi o escuro 
		tapar, de nuvens. Eu ia esperar, fazendo uma coisa ou outra, até o 
		definitivo do amanhecer, para o sol de todos." 
			
		  
			
		
		Riobaldo faz escolhas, depois 
		promove redemoinhos em dúvidas, acaba recuando e avançando; depois que 
		não fez progressos. Recomeça. Muitas de suas escolhas são apenas 
		enganos. Assim, o que segue é algo que pode ser encontrado em qualquer 
		parte das centenas de páginas do livro: 
			
		  
			
		
		"Quem me ensinou a apreciar 
		essas as belezas sem dono foi Diadorim… A da-Raizama, onde até os 
		pássaros calculam o giro da lua — se diz — e cangussú monstra pisa em 
		volta. Lua de com ela se cunhar dinheiro. Quando o senhor sonhar, sonhe 
		com aquilo. Cheiro de campos com flôres, forte, em abril: a ciganinha, 
		roxa, e a nhiíca e a escova, amarelinhas… Isto — no Saririnhém. Cigarras 
		dão bando. Debaixo de um tamarindo sombroso… Eh, frio! Lá gêia até em 
		costas de boi, até nos telhados das casas. Ou no Meãomeão — depois dali 
		tem uma terra quase azul. Que não que o céu: esse é céu-azul vivoso, 
		igual um ovo de macuco. Ventos de não deixar se formar orvalho…" 
		 
		Como conceber, distinguir, divisar em almas agitadas, como é agitada a 
		alma de Riobaldo, as escolhas? O que são elas? Onde estão? 
			
		  
			
		Há muitos erros, 
		achados, deslizes quando se considera as Escolhas na contemporaneidade. 
		Joel Birman aponta alguns em sua obra "O sujeito na contemporaneidade: 
		Espaço, dor e desalento na atualidade", como a ênfase no aqui, no agora:
		 
			
		  
			
		
		"Para Fukuyama e Lasch, o que 
		está em questão, de forma explícita e implícita, é a mudança crucial nas 
		relações dos sujeitos com o espaço e o tempo, pela qual o primeiro tende 
		a englobar o segundo. Assim, enunciar criticamente a emergência do fim 
		da história e formular a perda de potência da temporalização na 
		existência social, com a consequente impossibilidade na realização de 
		rupturas e na inflexão de descontinuidades na experiência social, 
		implica necessariamente o silenciamento da temporalidade e a expansão 
		conferida à espacialidade. Ao mesmo tempo, a suposta hegemonia do 
		narcisismo nos destina às miragens do eterno presente, na sua repetição 
		do mesmo, no aqui e agora. Com isso, enfim, a experiência também se 
		espacializa, condenada que fica à inexistência de qualquer horizonte de 
		futuro." 
			
		  
			
		Ao final de sua 
		obra, Birman exclama: 
			
		  
			
		
		"...alguns autores afirmam que 
		assistimos hoje ao retorno da barbárie, no contexto agora triunfante da 
		sociedade industrial e da mundialização. Retomam, assim, o mesmo 
		significante de que se valeram Adorno e Horkheimer para caracterizar os 
		efeitos do domínio da razão instrumental, na tradição ocidental, no 
		contexto do pós-guerra." 
		 
		As escolhas determinam e são condicionadas por elementos que podem 
		mesclar muitos aspectos, alguns difíceis de acompanhar. Elias Canetti, 
		em "A Consciência das Palavras", exprime um exemplo: 
			
		  
			
		
		"Espaço para o saber, que ele 
		não adquire em função de quaisquer objetivos reconhecíveis, e espaço 
		para os seres humanos, que vivencia e assume por meio da metamorfose. No 
		que se refere ao saber, só pode adquiri-lo com os processos honrados e 
		puros que determinam a estrutura interna de cada ramo do conhecimento. 
		Porém, na escolha desses domínios do saber, que podem distar muito uns 
		dos outros, o poeta não é guiado por nenhuma regra consciente, e sim por 
		uma fome inexplicável. Uma vez que se abre para seres humanos os mais 
		distintos e os compreende da maneira mais antiga, pré-científica, ou 
		seja, através da metamorfose; uma vez que, com isso encontra-se 
		interiormente em movimento contínuo, que ele não pode enfraquecer e ao 
		qual não pode pôr um fim — pois não coleciona seres humanos, não os 
		coloca ordenadamente de lado, mas depara com eles e, vivos, os acolhe —; 
		e uma vez que experimenta por meio deles choques intensos, é bem 
		possível que a súbita mudança em direção a um novo ramo do saber seja 
		também determinada por tais encontros.  
			
		  
			
		
		Tenho plena consciência da 
		estranheza dessa exigência, a qual não pode inspirar senão resistência. 
		Soa como se o poeta visasse ter em si um caos de conteúdos opostos e 
		conflitantes. Em princípio, eu teria muito pouco o que opor a essa séria 
		objeção.  
			
		  
			
		
		O poeta está mais próximo do 
		mundo quando carrega em seu íntimo um caos; no entanto, e este foi nosso 
		ponto de partida, sente responsabilidade por esse caos — não o aprova, 
		não se sente bem com ele, não se crê importante por ter em si espaço 
		para tanta coisa contraditória e desconexa, mas odeia o caos, e não 
		perde jamais a esperança de dominá-lo em prol dos outros e de si mesmo." 
		 
  
			
		
		 Abordaremos estas e outras direções, as alternativas, reflexões 
		filosóficas, ideias e fatos de algumas escolhas no âmbito da existência 
		humana hoje. 
			  
			 
			  
			
			
			Número 
			de vagas - 
			35. 
			  
			 
			  
			
			 Como 
			efetuar a inscrição -  
			
			
			1. 
			Se 
			você é aluno dos nossos cursos avançados (que são realizados terças 
			e sextas-feiras à noite, 19h00), ou do curso Uma Educação do 
			Pensamento, escreva 
			para
			
			
			
			
			institutopackter@uol.com.br 
			 informando que solicita uma vaga 
			para o curso "Escolhas". 
			Não é necessário enviar qualquer outro dado. 
			  
			
			Se não é aluno 
			dos nossos cursos avançados, por favor envie seu nome completo, CPF 
			e e-mail. 
			  
			  
			
			
			2. 
			Em até 48 horas após recebermos o seu e-mail responderemos enviando 
			uma carta contendo o boleto de inscrição e demais informações, desde 
			que tenhamos vagas. 
			  
			  
			
			3. Enviaremos 
			até um dia antes do evento uma carta com explicações detalhadas sobre 
			os procedimentos, horários, interatividade, senha e outros assuntos. 
			
			  
			
			  
			 
			  
			
			4. Valor da 
			inscrição -  
			  
			
			 73,00 
			- para 
			alunos dos cursos avançados (ou do curso Uma Educação do Pensamento) do Instituto Packter que farão pelo 
			Zoom. 
			  
			
			 380,00 - para 
			o público em geral e alunos dos nossos outros cursos. 
			  
			 
			
			  
			
			5. Não é 
			fornecido certificado neste evento. 
			  
			
			6. 
			Eventualmente, livros e filmes podem ser modificados. 
			  
			
			
			** 
			as vagas serão disponibilizadas conforme a ordem cronológica de 
			chegada dos e-mails. 
			
			  
			
			*** ao 
			final do dia de trabalho, entre 20 e 30 minutos de conversações 
			com Lúcio Packter sobre os temas trabalhados. 
			  
			  
			
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