Explicação -
Podemos
inventariar experiências, emoções, situações de nossas vidas de modo a
exercer sobre elas determinada seletividade sobre o que levar conosco
pela existência e de como podemos levar? Quando, quais as
condições, isso é possível?
Quais os
critérios e modos de alistar?
A forma e os
conteúdos de arrolar conduz a quais desdobramentos?
Vejamos
alguns exemplos.
Em sua obra
Lições de Poética, Paul Valery escreveu:
"Observamos uma obra como um objeto, puramente objeto, isto é, sem
colocar nela nada de nós mesmos além do que se pode aplicar
indistintamente a todos os objetos: atitude essa que muitas vezes é
marcada pela ausência de qualquer produção de valor.
Que poder
temos sobre esse objeto que, desta vez, poder nenhum tem sobre nós? Mas
nós temos poder sobre ele. Podemos medi-lo segundo sua natureza,
espacial ou temporal, contar as palavras de um texto ou as sílabas de um
verso; constatar que tal livro foi publicado em tal época; que a
composição de um quadro é um decalque de outro; que há um hemistíquio em
Lamartine que existe em Thomas, e que tal página de Victor Hugo
pertence, desde 1645, a um obscuro padre François. Podemos assinalar que
tal raciocínio é um paralogismo; que tal soneto está incorreto; que o
desenho de tais braços é uma ofensa à anatomia; e determinado emprego de
palavras, insólito. Tudo isso é o resultado de operações que podem ser
assimiladas a operações puramente materiais, pois remetem a maneiras de
superpor a obra, ou fragmentos da obra, a determinado modelo.
Esse
tratamento das obras do intelecto não as distingue de todas as obras
possíveis. Ele as coloca e as mantém nas fileiras das coisas e lhes
impõe uma existência definível. Eis o ponto que se deve reter:
Tudo o
que podemos definir distingue-se imediatamente do intelecto produtor e
se opõe a ele. O intelecto no mesmo lance faz disso o equivalente de uma
matéria sobre a qual pode operar ou de um instrumento com o qual pode
operar.
Aquilo
que foi bem definido pelo espírito é por ele colocado fora de suas
realizações, e é nisso que ele mostra que se conhece e que não confia no
que não é ele mesmo."
São muitos
os exemplos e os modos. Mia Couto, em sua obra Caminho, escreveu em
2006:
"Esse que
em mim envelhece
assomou
ao espelho
a tentar
mostrar que sou eu.
Os outros
de mim,
fingindo
desconhecer a imagem,
deixaram-me, a sós, perplexo,
com meu
súbito reflexo.
A idade é
isto:
o peso da
luz com que nos vemos."
Nosso estudo será ilustrado com inspiradas obras e filmes.
Um abraço,
Lúcio
Funcionamento
- Transmissão
pelo Zoom, som e imagem, com trechos selecionados e explicados de
livros e de vídeos em destaque, mais conversações com Lúcio Packter.
Número
de vagas -
35
Como
efetuar a inscrição -
1.
Se
você é aluno dos nossos cursos avançados (que são realizados terças
e sextas-feiras à noite, 19h00), escreva
para
institutopackter@uol.com.br
informando que solicita uma vaga
para o curso "Inventários".
Não é necessário enviar qualquer outro dado.
Se não é aluno
dos nossos cursos avançados, por favor envie seu nome completo, cpf
e e-mail.
2.
Em até 48 horas após recebermos o seu e-mail responderemos enviando
uma carta contendo o boleto de inscrição e demais informações, desde
que tenhamos vagas.
3. Enviaremos
até um dia antes do evento uma carta com explicações detalhadas sobre
os procedimentos, horários, interatividade, senha e outros assuntos.
4. Valor da
inscrição -
183,00 - para
alunos dos cursos avançados do Instituto Packter que farão pelo
Zoom.
292,00 - para
o público em geral e alunos dos nossos outros cursos.
5. Não é
fornecido certificado neste evento.
6.
Eventualmente, livros e filmes podem ser modificados.
**
as vagas serão disponibilizadas conforme a ordem cronológica de
chegada dos e-mails.
*** ao
final de cada dia de trabalho, entre 20 e 30 minutos de conversações
com Lúcio Packter sobre os temas trabalhados.
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