Explicação -
Quais
questões neste momento da contemporaneidade habitam os homens? Estamos
de fato vazios, céticos, perdidos e ansiosos? Ou partes de nós assim
estão? O que houve e para quantos de nós foi desse modo? O que pensam
alguns dos importantes pensadores neste momento?
Vejamos
algumas ilustrações:
Giogio
Agamben escreveu no ápice da pandemia na Itália, início de 2020:
"A
primeira coisa que a onda de pânico que paralisou o país põe em
evidência é que nossa sociedade não acredita em mais nada, a não ser na
vida nua. É evidente que os italianos estão dispostos a sacrificar
praticamente tudo, as condições normais de vida, as relações sociais, o
trabalho, até mesmo as amizades, os afetos e as convicções religiosas e
políticas pelo perigo de ficar doentes. A vida nua – e o medo de
perdê-la – não é algo que una os homens, mas que os cega e os separa".
Michel
Maffesoli, em Pactos Emocionais, pontua:
"Menos compreensível é quando aqueles que têm por função estar
vigilantes a esses formigueiros humanos e às efervescências culturais
contentam-se, cegos por seus preconceitos, em agir como defensores das
boas maneiras, dizimando, na sua tranquila certeza, as vibrantes
comoções sociais. Em sendo assim, estimulam a assepsia social".
E menciona
mudança em nossas identidades:
"Na verdade, nós estamos deixando para trás uma época na qual o homem
se considerava o “mestre e senhor de si e do universo” (Descartes).
Época na qual ele pensava que estivesse fazendo história. O
universalismo, a moral e o contrato social são as palavras-chave dessa
sensibilidade. Mas eis que, subrepticiamente (as verdadeiras revoluções,
como se diz, “avançam a passo de pomba”), esse otimismo satura-se e
tende a deixar espaço à emergência de um destino ao qual convém
ajustar-se".
De diversas
áreas, muitos pensadores se mostram incomodados, das estrelas do céu às
estrelas do mar, tudo parece ser culpabilizado, nós e todos os outros
incluídos.
Hans-Hermann
Hoppe em sua obra What Must Be Done ilustra um segmento da inquietação:
"O
Estado, que deveria nos proteger, na verdade nos deixou completamente
impotentes. Ele tira das pessoas mais da metade de sua renda para ser
distribuída de acordo com o sentimento público, e não de acordo com os
princípios da justiça. Ele submete nossa propriedade a milhares de
regulamentações arbitrárias e invasivas. Não podemos mais contratar e
demitir livremente as pessoas por qualquer motivo que consideremos bons
e necessários.
...
Em vez de
nos proteger, portanto, o Estado nos entregou e entregou nossa
propriedade à multidão e seus instintos coletivos. Em vez de nos
salvaguardar, ele nos empobrece, ele destrói nossas famílias, as
organizações locais, as fundações privadas, clubes e associações,
atraindo-os todos, cada vez mais, para sua órbita".
Nada parece
sobrar em qualquer parte. Críticas corroem os tecidos e um ar de
tristeza ou de alegria afetada demovem dos lugares os anseios melhores.
O que sobra? Considere um trecho de Yuval Noah Harari, em 21 Lições para
o Século 21:
"...é um erro depositar tanta confiança no indivíduo
racional. Pensadores pós-coloniais e feministas destacaram que esse
“indivíduo racional” pode muito bem ser uma fantasia chauvinista
ocidental, glorificando a autonomia e o poder de homens brancos de
classe alta. Como observado anteriormente, economistas comportamentais e
psicólogos evolucionistas demonstraram que a maioria das decisões
humanas é baseada em reações emocionais e atalhos heurísticos e não em
análise racional, e que, enquanto nossas emoções e nossa heurística
talvez fossem adequadas para lidar com a vida na Idade da Pedra, são
lamentavelmente inadequadas na Idade do Silício".
Ou será que
a identificação de problemas, um sintoma dos tempos, mira no fundo
elementos melhores e se constitui em um dos modos de esperança e
trabalho para dias promissores? Será que na raiz das almas que pesquisam
podemos ouvir vozes como a espelhar conteúdos como os de Maria
Montessori em A Educação e a Paz? Ela escreveu:
"Toda a humanidade, trabalhando para o bem comum, está, mesmo não o
fazendo conscientemente, criando um mundo novo que deve ser o mundo da
paz. Os imensos esforços dos homens que penaram, fizeram descobertas,
estudaram e sofreram, em uma palavra, fizeram todo o trabalho da
humanidade, serão vistos como os que tiveram uma única meta, a criação
de um mundo pacífico. Todos os homens, mesmo tendo lutado uns contra os
outros, mesmo que tenham feito guerras e se defrontado em campos de
batalha, mesmo que guerreiem ainda hoje, terão, apesar de tudo,
trabalhado ao longo da história pela edificação de um mundo que será o
da paz. Os homens são, na verdade, melhores do que aparentam. Em
verdade, os seres humanos me impressionam por sua extrema bondade e
imensa caridade. Mas sua bondade e sua caridade são tão inconscientes
que eles nem sequer percebem que possuem essas virtudes".
Em nosso
estudo observaremos e pesquisaremos algumas das questões instigantes da
contemporaneidade para muitas pessoas. Quais as inspirações possíveis?
Quais os caminhos prováveis? O que podemos considerar como eventuais
disposições indicadas?
Um abraço,
Lúcio
Funcionamento
- Transmissão
pelo Zoom, som e imagem, com trechos selecionados e explicados de
livros e de vídeos em destaque, mais conversações com Lúcio Packter.
Número
de vagas -
35
Como
efetuar a inscrição -
1.
Se
você é aluno dos nossos cursos avançados (que são realizados terças
e sextas-feiras à noite, 19h00), escreva
para
institutopackter@uol.com.br
informando que solicita uma vaga
para o curso "Contemporaneidade".
Não é necessário enviar qualquer outro dado.
Se não é aluno
dos nossos cursos avançados, por favor envie seu nome completo, cpf
e e-mail.
2.
Em até 48 horas após recebermos o seu e-mail responderemos enviando
uma carta contendo o boleto de inscrição e demais informações, desde
que tenhamos vagas.
3. Enviaremos
até um dia antes do evento uma carta com explicações detalhadas sobre
os procedimentos, horários, interatividade, senha e outros assuntos.
4. Valor da
inscrição -
186,00 - para
alunos dos cursos avançados do Instituto Packter que farão pelo
Zoom.
312,00 - para
o público em geral e alunos dos nossos outros cursos.
5. Não é
fornecido certificado neste evento.
6.
Eventualmente, livros e filmes podem ser modificados.
**
as vagas serão disponibilizadas conforme a ordem cronológica de
chegada dos e-mails.
*** ao
final de cada dia de trabalho, entre 20 e 30 minutos de conversações
com Lúcio Packter sobre os temas trabalhados.
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