Faculdade Católica de Anápolis
Instituto Packter
Especialização em Filosofia Clínica
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Após prefácio sobre o tema, temos aqui a parte I trazendo orientações intermediárias.
"Os doentes são o maior perigo para os sãos; daqueles vêm todos os males. Já se
reparou suficientemente nisto?... Decerto se não deve desejar que diminua a
violência entre os homens; porque esta violência obriga os homens a serem
fortes, e mantém na sua integridade o tipo do homem robusto. O temível e
desastroso é o grande tédio do homem e a sua grande compaixão. Se algum dia
estes elementos se unirem, darão á luz irremissivelmente a monstruosa «última»
vontade, a sua vontade do nada, o niilismo.
E efetivamente tudo está já preparado para este fim. Os que têm olhos, ouvidos,
nariz, percebem por todos os lados a atmosfera de um manicômio e de um hospital,
em todas as partes do mundo civilizado, europeizado. Os doentes são o maior
perigo da humanidade; não os maus, não as «feras de rapina». Os desgraçados, os
vencidos, os impotentes, os fracos são os que minam a vida e envenenam e
destroem a nossa confiança. Como escapar a este olhar triste e concentrado dos
homens incompletos? Este olhar é um suspiro que diz: «Ah! Se eu pudesse ser
outro! Mas não há esperança: sou o que sou; como poderia libertar-me de mim
próprio? Estou cansado de mim próprio!...»
Friedrich Nietzsche
Trabalho de dezembro de 2015: uma passagem entre a Estrutura do Pensamento e os Procedimentos Clínicos.
Comentários a partir da obra Cartas a um Jovem Poeta.
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"Um poeta indeciso entre a carreira literária e a militar: o jovem Franz Kappus trocou dez cartas com o escritor tcheco Rainer Maria Rilke (1875-1926), entre 1903 e 1908. Após a morte deste, as correspondências foram compiladas no livro Cartas a um Jovem Poeta, uma de suas obras mais significativas." - fonte UOL - Cult
Trechos de uma das cartas:
"... seus versos não possuem feição própria, somente acenos discretos e velados de personalidade. É o que sinto com a maior clareza no último poema Minha alma. Aí, algo de peculiar procura expressão e forma. No belo poema A Leopardi talvez uma espécie de parentesco com esse grande solitário esteja apontando. No entanto, as poesias nada têm ainda de próprio e de independente, nem mesmo a última, nem mesmo a dirigida a Leopardi.
...
Sua amável carta que as acompanha não deixou de me explicar certa insuficiência que senti ao ler seus versos sem que a pudesse definir explicitamente. Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem — usando da licença que me deu de aconselhá-lo — peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento."
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